Paixão em preto e branco

Nada melhor do que unir duas atividades agradáveis: fotografar em preto e branco e ir ao Mineirão para assistir ao jogo do Galo. Quem sabe ser dai o meu enorme gosto pela fotografia B&W…

O negócio é que desde 1982 eu vou ao Mineirão acompanhando meu pai. Nessa época meu pai tinha três cadeiras cativas, que foram posteriormente – já no começo dos anos 2000 – cordialmente “tomadas” pela eficiente gestão da ADEMG. Assim, até então, sempre íamos de cadeira cativa. Em vários jogos, porém, eu entrava pela cativa e passava para a arquibancada para acompanhar o jogo ao lado de meus amigos. Já fui também de arquibancada inferior mas, nesses inúmeros jogos, nunca tinha ido de geral.

É claro que, com a desativação da geral do Mineirão, eu não poderia perder a oportunidade de saber como é assistir um jogo de lá. Embora a geral do Mineirão não seja famosa como a geral do Maracanã, não tem nada mais legal do que ver aquele bando de gente pulando igual maluco quando sai um gol.

Então lá fomos nós, viver esta nova experiência. É meio estranho. Embora o campo esteja mais perto e possa se ter certeza de que os jogadores podem te escutar, você perde completamente a noção de espaço. Não se sabe aonde está a linha da lateral do outro lado do campo. Aliás, não se sabe onde está linha alguma. Qualquer um que caia na direção do gol, pra gente já é penalti; mesmo que esteja a léguas de distância da área.

Enfim, a geral do Mineirão é mais uma daquelas experiências que se vão; mas fazer o que né? Neste caso, a culpada pode ser a famosa globalização, onde o modelo das arenas européias já se incrustou no DNA de nossos profissionalíssimos dirigentes, políticos e emissoras de TV; e estes tentam insistentemente transformar o futebol brasileiro em mercado europeu. Razões existem diversas, tanto a favor quanto contra; mas sem dúvidas, a geral vai deixar saudades…