O terceiro dia começou com a tão esperada visita à Aya Sofya. Como bom estudante de arquitetura que eu outrora fui, já deixei a Mariana a par da importância do edifício e como as alternâncias no poder originaram mudanças na crença oficial e, consequentemente, na igreja / mesquita.
A Aya Sofya hoje é dedicada única e exclusivamente para a visita de turistas, o que não acontece na Mesquita Azul, onde as preces ainda são realizadas cinco vezes por dia. Isso, na prática, quer dizer que podíamos andar com mais liberdade pelo lugar.
Já tínhamos ido em Atenas e, tirando o fato do lugar emanar história e ficarmos estupefados em ver o que sempre aprendemos na sala de aula e nas mais diversas mídias, tudo se resume a um monte de entulhos agrupados. Não se pode encostar em nada, tudo é proibido e parece que eles nos fazem um favor em deixar que todos entrem e desfrutem dos lugares históricos. Em Olympia você não pode sequer pegar uma pedra do chão sem que vários apitos soem por todos os lados lhe “orientando” para que solte imediatamente o “artefato arqueológico”! Em Istambul isso não acontece.
Para começo de conversa, aqueles lugares que não abrigam mais suas atividades originais foram convertidos em locais para a apreciação do turista, na medida do possível. A única exceção que podemos mencionar é o palácio Topkapi, principalmente nas salas com artefatos preciosos ou religiosos. Já os outros lugares, a exploração é permitida desde que se respeite as crenças locais, como no caso da Mesquita Azul. Já na Aya Sofya, pode-se andar livremente, tirar fotos e interagir com o lugar, incluindo os “apetrechos” religiosos. Mas o melhor de tudo, sem dúvida alguma, foi que não ouvimos um apito sequer em Istambul, a não ser o dos guardas tentando controlar o trânsito caótico – bem parecido com o brasileiro.
Saindo da Aya Sofya, fomos em direção ao tão famoso Grand Bazaar. A Mariana nutria grandes esperanças de se esbaldar no lugar, encontrando oportunidades únicas para sair de lá com a sacola cheia. Tadinha. Não só tudo era mais caro do que em qualquer outro lugar, mas não existia qualquer tipo de novidade ou originalidade com relação ao que se encontra em qualquer outro bazar da cidade. De qualquer forma, valeu pelo passeio, mesmo que tenha sido mais curto do que o planejado.
Como estávamos com tempo de sobra, decidimos ir ao Spice Bazaar, ou Bazar das Especiarias. Nunca fui e provavelmente nunca serei muito afeito às questões culinárias, a não ser a parte final: comer! Já a família da Mariana adora cozinhar (bom pra mim!) e ela acaba entrando na onda. Assim sendo, ela me carregou para o Spice Bazaar. Não estava muito animado, principalmente depois de ter visitado o Grand Bazaar; mas posso dizer que esta sim foi uma grata surpresa.
Vimos coisas completamente diferentes, exploramos cada centímetro do mercado – que é “enormemente pequeno” se comparado com o Grand Bazaar – e conversamos com todos que encontrávamos pela frente. Perguntávamos para que servia cada tempero e ingrediente; como era a receita que usava tal especiaria, etc. Foi sem dúvida uma das partes mais interessantes da viagem. É claro que saímos de lá de sacolas cheias, com temperos e quitutes pra todo mundo.
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